Opinião: "Mãe Que Estais no Céu" de Pablo Simonetti


Autor: Pablo Simonetti
P.V.P.: 19,50 €
Data 1ª Edição: 2010
Nº de Edição:
ISBN: 978-989-280-028-8
Nº de Páginas: 320
Dimensões: 155 x 221 mm
Colecção: Ficção
Editora: Arcádia (Babel)

Sobre a obra:
Através das palavras de uma mulher que está a morrer vítima de cancro, Simonetti faz o retrato da família chilena, dos seus tabus e dos seus anseios. Quando aos 77 anos Julia Bartolini descobre que padece de cancro, decide, para surpresa da família, não se submeter a qualquer tratamento que poderia prolongar-lhe a vida. Ela sabe que, mais cedo ou mais tarde, a morte é inevitável e prefere aproveitar o tempo que lhe resta para refazer o caminho traçado ao longo da sua vida, examinando a história da sua família, em especial a relação com os filhos, entre os quais subsistem algumas querelas do passado. Pablo Simonetti tece neste romance de estreia uma história de amores filiais, rupturas familiares e redenção. Um livro comovedor, uma autêntica história de vida, escrita com um domínio de linguagem absolutamente magistral.

Opinião:
Neste livro Julia relata a sua história. Senhora com quase 80 anos, foi-lhe diagnosticado cancro da mama. Julia não quer fazer tratamento de quimioterapia nem radioterapia, pois acha que com os tratamentos irá perder a lucidez que ainda lhe resta.
Os seus últimos dias são passados a escrever este livro, que considero um livro de memórias. Nele Julia fala da sua infância, dos seus pais, o seu casamento, dos seus filhos Juan Alberto, Maria del Pilar, Maria Teresa e Andrés.
Julia recorda a infância de cada um dos seus filhos, a sua adolescência, os dramas que enfrentam e suas crises.
Também “fala” de seu marido Alberto que foi tomado pela doença.
Apesar de ser um livro só de narrativa, exceptuando diálogos que aconteceram mediante o que Júlia vai recordando, é um livro de fácil entendimento (digo isto pois as memórias não seguem uma ordem cronológica).
Apercebemo-nos de quão mesquinhas e cínicas as pessoas podem ser, de como uma mulher vive na submissão acreditando que é o que deseja, de segredos guardados com medo da rejeição, o drama dos filhos que se sentem rejeitados, a severidade da figura pai, a morte, tristeza, ódio, rancor...
Mas também refere momentos felizes, embora que breves, já que o livro é como um pedido de desculpas aos seus 2 filhos que Júlia acredita que negligenciou e “mal tratou”.
A história de uma vida registada em papel.

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