"Quando os Lobos Uivam" de Aquilino Ribeiro


Autor: Aquilino Ribeiro
P.V.P.: 15,90 €
Data 1ª Edição: 2011
Nº de Edição:
ISBN: -
Nº de Páginas: 248
Dimensões: - x - mm
Colecção: Grandes Romances
Editora: Bertrand Editora

«Manuel Louvadeus dum galão subiu os degraus. Em cima, no patamar, topou a porta fechada e deteve-se, quando ia para bater, como quem toma fôlego. Com a breca, achava tudo tal e qual! Os dez anos de ausência apagaram-se como um sopro perante a obsessiva eternidade que se lhe oferecia ao lance de olhos. (…) Que distância, anos e anos que correram na levada do tempo, e as coisas conservarem-se ali iguaizinhas, estáticas, teimosas no seu ar de encantamento! Talvez mais velhas… Sim, mais velhas, ferradas mais fundo pelos dentes da morte e a despenhar-se na voragem como as telhas do beiral. E haviam, porventura, de resistir aos vaivéns mais que o coirão dum homem, entretanto que se fartava de dar tombo por esses mundos de Cristo?!»

Sobre a obra:
Serra dos Milhafres, finais dos anos 40, o Estado Novo resolve impor aos beirões uma nova lei: Os terrenos baldios que sempre tinham sido utilizados para bem comunitário e onde essa comunidade retirava parte vital do seu sustento, seriam agora “expropriados” e utilizados para plantar pinheiros. Emerge um clima de medo nas pessoas e é esse clima que Manuel Louvadeus, que havia emigrado para o Brasil anos antes, vem encontrar quando regressa à aldeia.
Agora um Homem vivido e culto, Manuel tem uma visão e um sentido de justiça que rapidamente o fazem cair nas boas graças do povo. Toma então parte da sua gente, homens honestos e humildes que trabalham de sol a sol mas que não deixam de viver em condições miseráveis. A revolta acaba por suceder e tudo acaba numa caçada aos homens por parte da polícia que leva muitos deles à prisão acusados de serem instigadores e cérebros da revolta. O Estado mostra então todo o seu esplendoroso poder. Aqui representada está a saga dos beirões na defesa dos terrenos baldios perante a ditadura do Estado Novo.

Sobre autor:
Aquilino Ribeiro nasceu na Beira Alta no ano de 1885 e morreu em Lisboa em 1963.
Deixou uma vasta obra em que cultivou todos os géneros literários partilhando com Fernando Pessoa, no dizer de Óscar Lopes, o primado das letras portuguesas do século XX. Foi sócio de número da Academia das Ciências e, após o 25 de Abril, reintegrado, a título póstumo, na Biblioteca Nacional, condecorado com a Ordem da Liberdade e homenageado, quando do seu centenário, pelo Ministério da Cultura. Em Setembro de 2007, por votação unânime da Assembleia da República, o seu corpo foi depositado no Panteão Nacional.

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