Tieta do Agreste de Jorge Amado

P.V.P.: 20,61 €
Data de Edição: 2013
Nº de Páginas: 656
Editora: Dom Quixote

Sobre a obra:
Tieta, mulher de carácter forte forjado pela vivência sofrida, volta à terra natal, a cidadezinha de Sant’Ana do Agreste, no interior da Baía, depois de ter passado 25 anos no Sul do país como meretriz. Tendo feito fortuna em São Paulo, gerenciando moças para políticos e empresários, retorna agora em busca de um paraíso que vê perderse. No seu regresso, está cercada de riqueza e poder, em contraste com a sua partida, quando foi expulsa pelo próprio pai. A presença de Tieta em Sant’Ana do Agreste deixa marcas profundas: enquanto a cidade se transforma pela chegada do progresso, trazido pela ex-pastora de cabras e ex-prostituta, as relações entre os habitantes também mudam a um ritmo vertiginoso. Relações de poder e corrupção, religiosidade, liberdade sexual, moda e consumo, conflito entre progresso e preservação ambiental são assuntos que, incorporados no enredo do livro, ganham tratamento crítico bem-humorado. Esta combinação faz de Tieta do Agreste uma narrativa experimental e inovadora - uma obra maior, que alcançou imenso sucesso na televisão, tanto no Brasil como em Portugal.
Sobre autor:
Jorge Amado nasceu em Pirangi, Baía, em 1912 e faleceu a 6 de Agosto de 2001. Viveu uma adolescência agitada, primeiro, na Baía, no início dos seus estudos, depois no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito e começou a dedicar-se ao jornalismo. Em 1935 já se tinha estreado como romancista com O País do Carnaval (1931), Cacau (1933), Suor (1934), seguindo-se Terras do Sem Fim (1943) e S. Jorge dos Ilhéus (1944). Politicamente de esquerda, foi obrigado a emigrar, passando por Buenos Aires, onde escreveu O Cavaleiro da Esperança (1942), biografia de Carlos Prestes, depois pela França, pela União Soviética... regressando entretanto ao Brasil depois de ter estado na Ásia e no Médio Oriente. Em 1951 recebeu o Prémio Estaline, com a designação de "Prémio Internacional da Paz". Os problemas sociais orientam a sua obra, mas o seu talento de escritor afirma-se numa linguagem rica de elementos populares e folclóricos e de grande conteúdo humano, o que vai superar a vertente política. A sua obra tem toques de picaresco, sem perder a essência crítica e a poética. Além das já citadas, referimos, na sua vasta produção: Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães da Areia (1937), Seara Vermelha (1946), Os Subterrâneos da Liberdade (1952). Mas é com Gabriela, Cravo e Canela (1958), Os Velhos Marinheiros (1961), Os Pastores da Noite (1964) e Dona Flor e os Seus Dois Maridos (1966) em que o romancista põe de parte a faceta politizante inicial e se volta para temas como a infância, a música, o misticismo popular, a turbulência popular e a vagabundagem, numa linguagem de sabor poético, humorista, renovada com recursos da tradição clássica ligados aos processos da novela picaresca. O seu sentimento humano e o amor à terra natal inspiram textos onde é evidente a beleza da paisagem, a tradição cultural e popular, os problemas humanos e sociais - uma infância abandonada e culpada de delitos, o cais com as suas misérias, a vida difícil do negro da cidade, a seca, o cangaço, o trabalhador explorado da cidade e do campo, o "coronelismo" feudal latifundiário perpassam significativamente na obra deste romancista dos maiores do Brasil e dos mais conhecidos no mundo. Fecundo contador de histórias regionais, Jorge Amado definiu-se, um dia, "apenas um baiano romântico, contador de histórias". "Definição justa, pois resume o carácter do romancista voltado para exemplos de atitudes vitais: românticas e sensuais... a que, uma vez por outra, empresta matizes políticos...", como diz Alfredo Bosi em História Concisa da Literatura Brasileira. Foi-lhe atribuído o Prémio Camões em 1994.
Imprensa:
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