"O Estudante de Coimbra" de Guilherme Centazzi


P.V.P.: 16,97 € (aqui)
Data de Edição: 2012
ISBN: 9789896572839
Nº de Páginas: 320
Editora: Editorial Planeta

O ESTUDANTE DE COIMBRA ou Relâmpago da História Portuguesa desde 1826 até 1838

O romance que ganharia o Prémio Saramago em 1840... se existisse.
A grande crónica contemporânea das Guerras Liberais, num estilo desassombrado, feita por um escritor pioneiro, esquecido e agora redescoberto, que deverá ser considerado o pai do romance português moderno.

Sobre a obra:
Centazzi foi o primeiro romancista português, ainda antes de Alexandre Herculano e Almeida Garrett, antecipando em quatro anos Eurico, o Presbítero e em seis Viagens na Minha Terra.
Publicou em 1840 e 1841 O Estudante de Coimbra, o primeiro romance português moderno, afirmando-se como pioneiro do Romantismo em Portugal.
Foi ainda o primeiro romancista a ser traduzido no estrangeiro, embora ignorado pela elite nacional da época e ausente de quaisquer estudos sobre literatura nacional.
Em 1844, foi publicada em Leipzig a tradução em alemão da sua obra O Estudante de Coimbra, ou Relâmpago da História Portugueza, sob o título Der Student von Coimbra, pelo editor H.B. Hirschfeld.

Pedro Almeida Vieira, conhecido romancista e organizador de uma base de dados de literatura histórica, desenterrou do esquecimento esta obra e o autor.
A professora Maria de Fátima Marinho, directora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, escreveu para esta edição um estudo sobre a obra literária de Centazzi onde afirma que O Estudante de Coimbra sobressai pela modernidade e grande actualidade «afastando-se decisivamente do romance setencista».

Retrata as venturas e desventuras de um estudante de Coimbra que se vê envolvido nas Guerras Liberais, enquanto tenta recuperar a sua amada, Maria, das teias urdidas por um frade demasiado mundano.
A acção passa-se em Portugal e França, no período entre 1826 e 1838, constituindo, além de mais, um excelente repositório dos conturbados e sanguinários acontecimentos dessa época e a evolução política nos anos subsequentes, onde Centazzi faz transparecer a sua desilusão.

Sobre autor:
Nascido em 20 de Novembro de 1808, na cidade de Faro, Guilherme Centazzi era filho de pai veneziano e de mãe portuguesa. Apesar destas suas origens, nas suas obras vinca sempre o seu amor ao Algarve – a quem atribui o seu «defeito» de ser falador e grulha – e nota-se um forte patriotismo.
Formou-se na Faculdade de Medicina de Paris, obtendo o grau de Doutor, após ter fugido de Portugal por causa das suas opções liberais.
Regressado a Portugal em 1834, viveu em Lisboa, mas exerceu medicina em diversas regiões em redor da capital. Durante as epidemias de febre amarela, na década de 50, a sua acção foi reconhecida com a comenda de cavaleiro da Ordem de Cristo, numa época em que lhe morreria, num curto espaço de tempo, o seu filho – da sua primeira mulher, que falecera pouco depois do parto –, a nora e o neto.
Além de diversas obras de medicina, foi o precursor em Portugal de escritos sobre as vantagens da ginástica na saúde – algo que foi visto na época como uma excentricidade – e inventou uns rebuçados peitorais, cuja comercialização industrial e sucesso se estenderia até meados do século XX.
A sua vida literária estendeu-se à poesia – em que se estreou em 1827, aos 19 anos, ainda como estudante em Coimbra –, ao romance, à dramaturgia e a composições para piano e canto. Era um exímio instrumentista em saraus da burguesia e nobreza, tendo integrado uma orquestra onde pontuava o famoso conde de Farrobo.
Foi ainda proprietário de dois periódicos efémeros: Desenganos da Vida
(1863) e O Semanário (1867-1868).
Morreu em Lisboa, a 28 de Junho de 1875, e está sepultado no cemitério dos Prazeres, em Lisboa, no jazigo que pertencia a um primeiro-ministro durante um governo da Monarquia Constitucional.

Imprensa:
«Sem dúvida o melhor espécime da actual escola das belles lettres portuguesas com que até à data nos deparámos.»
Thomas Carlyle, famoso ensaísta e crítico literário escocês, recensão de dez páginas no Fraser's Magazine, 1848

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