Opinião - "Morte nas Trevas" de Pedro Garcia Rosado | TopSeller


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Opinião:
E porque volto a insistir neste mesmo ponto, os livros não merecem destaque só quando saem para o mercado, ou só são bons enquanto são novidades, aqui a minha opinião do último livro desta trilogia de publicada pela TopSeller.
Em Morte nas Trevas, o autor Pedro Garcia Rosado continua a mostrar que é uma excelente aposta.

Desta vez, entre Leiria e Lisboa, vamos investigar um crime e uma investigação de desaparecimento. Tudo isto num prazo de uma semana, que acreditem que causa um ritmo rápido, se pensarmos que tudo acontece nesse tempo.

Relembro que Gabriel Ponte é ex-marido de Patrícia, que é reformado da Polícia Judiciária, que teve e tem um caso com Filomena, a Jornalista e que daí nasce um filho - Tiago. Patrícia, a ex-mulher de Gabriel, agora está ausente, pois é mãe de uma menina. Gabriel e Filomena, estão mais chegados neste livro, com o filho Tiago, que na verdade acaba por não saber quem é na verdade Gabriel. 

Neste 3º volume temos várias personagens que nos centramos, quer em Lisboa para a investigação levada a cabo por Joel Franco sobre o misterioso homicídio; quer em Leiria, sendo aqui que Gabriel está no terreno com os romenos Drekke e os seus lacaios romenos e ciganos; Sorin Popescu, Liliana Lupei, também romenos, ainda  Jorge Valdemar e mais tarde Ulianov. Bem,  há outros personagens mas creio que estes sejam os que de facto tenham interesse em referir, e daqui posso dizer que gostei de todos eles em determinados pontos, por serem intrigantes, misteriosos, frios, e mesmo um pouco de mafiosos à mistura.
Reinam a máfia e os negócios obscuros, sem dúvida. Jorge Valdemar aqui é um advogado, que serve de intermediário entre Sorin, Liliana e Gabriel, que deixa um pouco a desejar, corrupto será algo estampado na sua testa, que me deixou a pensar por algum tempo ser um traidor. Sorin e Liliana vêm a Portugal no intuito de procurar a filha desaparecida e um possível neta de Sorin, e para isso recorrem então a Gabriel, que mais tarde se junta a ele Ulianov.

O resultado é muito bom, e vou apenas falar um pouco de 2 personagens, e não, não é Gabriel:
Drekke, que reside em Portugal, que se apresenta como uma pessoa benfeitora e generosa, que vive com a sua filha mimada que nada sabe sobre o que o pai faz. Senhor de uma grande riqueza que lidera um grupo oculto e coordena todo um negócio obscuro. Curiosa esta personagem e tudo o que ela é capaz. Parece um líder da mafia, com um grupo de romenos e ciganos que são os seus mortíferos guarda-costas, em troca de um tipo condomínio que este lhes cede nas suas propriedades, onde estes habitam. É curioso o facto de eles conseguir realmente ocultar a verdadeira essência do seu negócio, o que Pedro Garcia Rosado conseguiu realmente pensar numa forma muito engenhosa de o fazer, desde as celas, fundos, o negócio em si, e tudo aquilo que é disfarçado e escondido, está fantástico. Este personagens, imaginei-o como um Hannibal Lecter, que alimenta porcos com humanos, que tortura, massacra, martiriza e acaba com as suas vítimas de forma brutal.
Ulianov, foi uma surpresa ver esta personagem entrar e ser uma verdadeira máquina assassina, o que deu um toque assim de genial no livro. A forma como executa a rapidez, a forma certeira, como diz o autor, é algo que deu um ânimo ao livro.

E não conto mais nada, e deixo a recomendação para lerem o livro e assim matarem a curiosidade.

Pedro Garcia Rosado, mais uma vez foi cuidadoso e atento nas suas personagens, pois elas ajudam-nos a entrar no livro, a viver isto, a pensar como elas, a sentir. 

Mais uma vez usa um caso tão real que é o negócio obscuro de trafico de crianças, algo tão presente nos dias de hoje, e faz isto de forma inteligente. É um mestre que usa as suas histórias para mostrar algo de negativo, presente na sociedade, no ser humano.  

Não vou repetir o que já disse anteriormente, mas se querem bons policiais, este autor irá agradar e merecer o seu devido lugar na vossa estante. 

Fiquei muito satisfeito com este livro, e esta satisfação e sentimento, acabou por “tapar” e fazer esquecer o que ficou pelo caminho no anterior livro. Pode não ter sido tão violento, mas o facto de ter mortes da forma que têm, valeu mais.

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