Opinião - "Os Últimos na Terra" de Robert C. O'Brien | Editorial Presença


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Opinião:
Em “Os últimos na terra” deparamo-nos com um cenário pós-guerra nuclear.
Logo desde inicio nos é introduzida Ann, a única sobrevivente do mundo, que vive no vale que parece durante todo o tempo ser o único local do mundo que não foi afectado. Ali prospera vida entre a natureza e os recursos que esta produz, se todos os cuidados forem seguidos.
Tudo parece bem, mas existe o vazio da família que partiu e não voltou, isso deixa-a vulnerável ao exterior do vale, se é que para la das do vale existe algo.

Vamos ao que interessa. Eu não vi o filme, portanto não sei o que esta adaptação ao grande ecrã modificou.

Ora, o cenário “visível” é-nos limitado a um vale e uma gruta, pouco ou nada se sabe do para lá do vale, o que é pena. A família partiu e deixou Ann para trás como a esperança de cuidar dos animais e cultivo, mas nunca temos uma certeza - estão mortos eles?!

Mr. Loomis é um mistério, carrega montes de material consigo e um fato, que é como algo sagrado. O autor dá um valor ao fato como a única forma de salvação, um símbolo sagrado e protegido por este misterioso Mr. Loomis. Deparamo-nos com alucinações de Mr Loomis, que revoltado aborda sempre “o fato” como algo muito precioso e por ele demonstra uma ganância tal que revolta e irrita.

O livro é curto mas cheio de narrativa, reforça e volta a reforça as sementes, a sementeira, cultivar, ter alimento, etc… ok, estamos num cenário apocalíptico mas… e porque é que a loja parece ter recursos ilimitados!? Não sei, mas funcionou bem.
Ann sofre, mas não como pressupus, pela sinopse criei algo na cabeça bem pior e tortuoso para ela, do que aquilo que lhe acontece, ou estava para acontecer. Se bem, que a forma como estava a ser conduzida a narrativa, cheguei mesmo capítulos antes e antever o que lhe iria acontecer e que quando lá cheguei, já eu estava revoltado mas errei, não aconteceu, mas quase.

O autor transmitiu bem os sentimentos das personagens, contagiando-nos mesmo e não nos deixando indiferentes.

De salientar que o livro é da década de 70’s, e o autor faleceu antes de o concluir, contudo essa tarefa ficou nas mãos da esposa e filhos.
Acredito que muito diferente seria o livro se escrito hoje, mas ainda assim foi um bom livro e um bom argumento, com um bom resultado no final.

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