Nº de Páginas: 128
Sobre a obra:
PARA ONDE VAI A IDENTIDADE DE QUEM AMAMOS QUANDO CHEGA O ALZHEIMER?
No momento em que a mãe deu os primeiros sinais da doença, Heloisa Seixas começou a viver diariamente com esta dúvida angustiante. A partir daí, começa uma «espiral assombrada» na vida destas duas mulheres e de todos os que as rodeiam, a mesma espiral que marca a intensidade deste relato corajoso, desassombrado e catártico sobre alguém que vai desaparecendo e se vai transformando no seu avesso. ‘Sua mãe não existe mais. O que existe é uma entidade, que tomou o lugar dela. Não sei que entidade é essa, nem o que se passa em sua mente. Só sei que ela não é mais sua mãe.’
Essa frase foi dita por mim, num dos muitos momentos dramáticos enfrentados por minha mulher, Heloisa, em sua convivência com a mãe, afectada pelo mal de Alzheimer. Foi uma trajetória assombrosa, que acompanhei de perto, e que Heloisa reconstrói nesse livro com uma tremenda força literária e emocional. —Ruy Castro Este livro resgata da obscuridade um tema tabu: a doença que tem vindo progressivamente a ensombrar o mundo ocidental. Uma praga que, não sendo física, é aparentemente impossível de vencer - sobretudo, é impossível de compreender, para quem está «deste lado». Falhas de memória, medos que não sabíamos existirem, paranóias de toda a espécie, velhos que se transformam em crianças, de tão dependentes. E quem cuida vive com desgosto, comoção, repulsa e raiva, por vezes em simultâneo.
Sobre autor:
Heloisa Seixas nasceu no Rio de Janeiro, em 1952. Romancista, cronista e contista, tem nove livros de ficção publicados por diversas editoras brasileiras (quatro romances, três livros de contos, dois infanto-juvenis), e três deles foram finalistas do prestigiado Prémio Jabuti: Pente de Vênus, A Porta e Pérolas Absolutas. Publicou a crónica semanal «Contos Mínimos» na revista Domingo, do Jornal do Brasil, entre 1999 e 2006. O Lugar Escuro é o seu primeiro livro de não- ficção e o primeiro da autora a ser publicado em Portugal.
Imprensa:
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