Nº de Páginas: 88
Sobre a obra:
No início dos anos 70 do século passado, Urbano Tavares Rodrigues visitou a União Soviética durante três semanas na companhia de outros escritores portugueses. Esteve em Moscovo e Leninegrado (actual São Petersburgo), no Cazaquistão e no Uzbequistão, no «novo mundo siberiano» e no fabuloso Oriente.
Em cada paragem falou com pessoas, conheceu as suas casas, entrou em museus, palácios, igrejas, livrarias, até num hospital, devido a doença repentina, sem se coibir de fazer perguntas, por mais incómodas que fossem. Queria descobrir a «verdadeira sociedade colectivista» e os impactos da «grande revolução tecnocientífica».
Foi uma viagem apaixonada, de um militante do Partido Comunista, mas também uma viagem de indagação, de verificação, de questionamento. De alguém que sabia que apenas poderia reter «informações forçosamente limitadas, impressões forçosamente subjectivas».
O resultado é um livro que surpreende pela lucidez cristalina das suas observações, nunca obscurada pela sombra do entusiasmo propagandístico e ideológico.
Numa prosa admirável, plena de ritmo e sugestivas descrições, Urbano Tavares Rodrigues revela a independência de espírito que sempre marcou a sua obra.
Um documento para a história contemporânea portuguesa.
Sobre autor:
Urbano Tavares Rodrigues não é apenas o grande escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também o romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas que, como jornalista e professor universitário, bem conheceu, viajando por todo o mundo.
Catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências, tem uma obra literária e ensaística muito vasta e traduzida em inúmeros idiomas, do francês e do espanhol ao russo e ao chinês. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o prémio Fernando Namora, o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências, etc.
De entre os seus maiores êxitos de crítica e de público, lembramos A Noite Roxa, Bastardos do Sol, Os Insubmissos, Imitação da Felicidade, Fuga Imóvel, Violeta e a Noite, O Supremo Interdito, Nunca Diremos Quem Sois, A Estação Dourada.
Urbano Tavares Rodrigues, que foi afastado do ensino universitário durante as ditaduras de Salazar e Caetano, participou activamente na resistência e foi preso e encarcerado por várias vezes nos anos sessenta.
Faleceu no dia 9 de agosto de 2013, em Lisboa.
Imprensa:
«Um escritor que marcou o século XX.»
Manuel Alegre
«Mestre de escrita, de coragem, de profissionalismo, de companheirismo, de humanidade, de espírito de conciliação além de todo o sectarismo (…), O Urbano Tavares Rodrigues foi uma lufada de ar fresco na literatura portuguesa.»
Mário Cláudio