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Opinião:
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Sara Blaedel, autora de “As raparigas Esquecidas” é apelidada de A Rainha Dinamarquesa do Thriller. Com este título, apenas aconteceu uma coisa, os leitores atentos ficaram sedentos e curiosos por ler a sua obra.
Este livro, é o primeiro de uma trilogia que acaba por ser publicada, com o seu terceiro volume no final deste mês de Maio.
Aqui, neste primeiro volume publicado em Portugal pela Topseller, acompanhamos a polícia Louise Rick, que acaba de integrar e se tornar responsável pelo departamento de pessoas desaparecidas. Aqui terá de dividir espaço e formar equipa com o já existente e estranho colega Eik. Como primeiro caso, a equipa de investigação, pega num caso um tanto o quanto estranho. Dias antes, fora encontrado um corpo de uma mulher numa floresta dinamarquesa, pelo guarda-florestal, e por mais estranho que pareça, não há registos de desaparecimentos. Mais estranho ainda, é temos diante de nós um corpo que apresenta uma antiga cicatriz no rosto, o que à partida significaria que fosse algo de fácil resolução, mas desenganem-se.
Louise, a nossa personagem central, é uma mulher de máscara de ferro, mas só isto, porque por dentro sofre com os pesadelos do passado. Eik, será uma ajuda preciosa para tentar que ela esqueça o passado e desvie os seus pensamentos dessa tortura, disfrutando a vida e mesmo chegando a vias de envolvimento com este estranho nórdico. Pela descrição diria que é wild pig. Contudo, nem tudo é brilhante e este caso, trará ao de volta os seus piores pesadelos, devido à investigação em curso e ao quão longe, a nível temporal, esta a vai levar.
Sempre num registo sombrio e envolto de mistério, que a rainha do thriller nos leva até ao passado e nos envolve nesta investigação perturbante, e já explico porquê.
Se temos Louise que tem problemas por resolver, que são os seus maiores fantasmas do passado. Temos por outro lado Eik, um homem misterioso, que se apresenta como desleixado, abandalhado e que carrega na bebida, e eu acredito de que algo o terá levado a chegar a este ponto, o quê, ainda não se sabe. De resto, temos outros personagens mais relevantes do que outros, uns que nos deixam com raiva e outros que nos passam indiferentes, contudo entre eles existem culpas, existem passados sombrios e sofridos, e muito mais.
A investigação vai-nos levar até um sanatório em Eliselund, que funcionara há bastantes anos e onde eram internadas e tratadas pessoas com deficiência. Aqui está aquilo que me perturba duplamente, não só pelo facto de as crianças serem entregues num local destes, mas por se apresentarem com deficiência, são ali deixadas pelos pais, a recomendação dos responsáveis da instituição. Pior ainda, é saber o que acontece com estas crianças e todo o esquema montado para levar a cabo planos vis, que me deixaram a pensar o quão perturbante é ter algo assim num livro, quanto mais sabendo que na realidade terá existido, e depois vermos na TV casos que isto realmente acontece. É no mínimo arrepiante. Diria que, uma adaptação fiel deste livro ao grande ecrã, daria um filme daqueles que ao ver me deixaria, mais uma vez reforço, perturbado.
A autora, consegue na perfeição, com uma escrita fluída e simples, transmitir-nos as emoções e sentimentos, a um ritmo rápido entre os seus breves capítulos, durante o livro que deixará qualquer um que se sinta humano em estado emocional longe de feliz.